O novo diretor da Agência Espacial Europeia (ESA) insistiu nesta sexta-feira na ideia de uma aldeia multinacional de pesquisa na Lua para substituir a Estação Espacial Internacional (ISS).
Por ora, trata-se apenas de uma ideia – considerada desmedida por uns – mas Jan Woerner garante que o momento é a única opção que está sobre a mesa.
A ideia consiste numa base de exploração lunar ocupada por robôs e humanos que potencialmente serviria como uma escala para viagens espaciais e local da extração mineral.
Não se trata de construir casas, uma prefeitura e uma igreja, disse Woerner, que dirige a ESA desde julho passado. A Aldeia Lunar, explicou, teria usos e usuários múltiplos.
Um determinado país poderá ter mais interesse na parte científica, outro pode querer levar uma empresa de mineração privada, outro querer usar a lua como base para explorações mais distantes, disse Woerner a jornalistas em Paris.
Este é o regime geral e, claro, estamos agora discutindo em todo o mundo para ver se há interesse suficiente, disse. O tempo para fazê-lo, segundo ele, seria após a ISS.
A estação espacial orbital é um projeto conjunto do Canadá, Estados Unidos, Japão e Rússia – que concordaram em financiá-la e operá-la pelo menos até 2024 – e a União Europeia (UE), que não se comprometeu para além de 2020.
– Ideias novas –
Woerner disse que espera convencer os estados-membros de que a ESA estenda seu envolvimento na estação espacial.
Uma vez concluída a ISS, Woerner disse: imagino a Aldeia Lunar como seu sucessor ideal para a exploração.
No momento não há nenhuma proposta sobre a mesa na competição para a Aldeia Lunar. Resta escolher onde instalá-la. O lado escuro ou claro, ou talvez nos polos?, acrescentou.
Tendo decidido o lugar, continuou Woerner, cada país ou agência espacial deve especificar a forma como querem participar do projeto.
A Rússia tem algumas missões lunares planejadas, então porque não somá-las à Aldeia Lunar? comentou. Ele disse que a China também está planejando algumas missões lunares.
Woerner parece não se importar que alguns considerem seu projeto uma loucura.
A palavra loucura é justamente o que mais me agrada. Temos que pensar fora da caixinha, isso significa ideias novas, disse.
O engenheiro alemão de 61 anos comentou que havia evocado o projeto durante dois encontros sobre atividades espaciais no ano passado nos Estados Unidos e Israel. Várias organizações do mundo inteiro me preguntaram como podem participar, aposta.
A ideia será debatida nas negociações com as agências espaciais dos Estados Unidos, Japão, Canadá e Rússia previstas para as próximas semanas para discutir o futuro da ISS.
Além disso, Woerner disse que a missão russo-europeia EcoMars 2018, que planeja enviar um robô a Marte para explorar possíveis vestígios de vida passada em Marte, precisa de fundos adicionais. – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 824