Em reunião na Secretaria de Saúde, em Goiânia, o superintendente executivo do Crer, Sérgio Daher e o gastroenterologista e hepatologista Heitor Rosa apresentaram projeto de estudo sobre microcefalia, para ser realizado no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo.
Heitor Rosa vai liderar, a partir de maio, uma pesquisa para desvendar a microcefalia e suas causas relacionadas, entre elas a possível relação com o zika vírus.Em seu trabalho há a intenção de buscar alternativas para a reabilitação de bebês com este tipo de malformação. “São muitas as respostas que precisamos para sair desta fase de palpites e chegarmos às evidências científicas”, declarou Heitor, que também integra o grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Ao todo, 12 pesquisadores de diferentes linhas de estudo no Crer colaborarão com o processo investigativo, buscando respostas sobre o melhor tratamento para bebês, se há diferenças anatômicas ou clínicas entre a microcefalia por zika e as de outras origens, se existe diferença na evolução clínica dos pacientes, entre outros detalhes. De acordo com o cientista, várias são as perguntas ainda sem respostas definitivas. “Tratamento e pesquisa serão realizados em paralelo e o nosso objetivo é exatamente descobrir métodos eficazes para a reabilitação das crianças com microcefalia.”
Lacuna preenchida
Segundo o secretário de Estado da Saúde, Leonardo Vilela, o estudo preencherá uma lacuna dentro do rol de ações que vem sendo desenvolvidas em Goiás desde o mês de novembro. “Já estamos desde o ano passado focados no combate ao vetor, o mosquito Aedes aegypti, e ainda na busca por oferecer aos pacientes o melhor tratamento possível. A pesquisa era algo que faltava. E é uma satisfação que, em Goiás, um hospital público de referência nacional abrigue um projeto dessa importância para a saúde pública, já que a reabilitação em microcefalia é o que mais preocupa neste cenário das doenças transmitidas pelo Aedes”, explica Vilela.
De acordo com o superintendente executivo da Agir, Sérgio Daher, nesta quarta-feira, dia 24, deve ser realizada uma reunião na unidade de saúde para tratar de detalhes do projeto com a equipe de pesquisadores.
Heitor Rosa ressaltou que, a partir da pesquisa, novas opções de tratamento poderão ser desenvolvidas. “Já existem processos tradicionais como os de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Neurologia. Mas nunca tivemos essa quantidade de bebês com microcefalia. E possivelmente, ao estudar mais essa malformação, novas técnicas de tratamento podem ser incorporadas.”
O médico destacou também que por ser uma unidade de referência para atendimento a bebês com microcefalia, o Crer tem condições para a construção da base de dados necessária para os estudos. “Uma vez admitida no Crer, a criança não precisa sair da unidade de saúde porque lá ela tem tudo para seu diagnóstico e tratamento. E essa base de dados não é algo que pode ser construído do dia para noite, mas precisamos dela para a avaliação de resultados.”
A pesquisa deve estabelecer protocolos precisos de acompanhamento, coletar e ordenar dados, desenvolver um programa específico em Radiologia e formar uma soroteca dos pacientes, que consiste no armazenamento de amostras para investigação. “Este não é um estudo regional ou de Goiás. O que queremos é contribuir com o país na busca de soluções para o problema”, afirmou Rosa. – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 4289