SÃO PAULO – A agência de classificação de risco Standard & Poors realizou uma teleconferência na tarde desta quinta-feira (18) para comentar o corte do rating do Brasil para BB- anunciado na tarde de ontem. Entre os detalhes, a agência justificou a perspectiva negativa da nota do País por conta da atual dinâmica política e o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
De acordo com a S&P, não há um prazo para a mudança de perspectiva da nota do Brasil, sendo que para que a nota volta para estável, seria bom ver o PIB (Produto Interno Bruto) do País melhorar. Ontem, a agência citou os casos de corrupção na Petrobras como um dos fatores para o rebaixamento, e, durante a teleconferência de hoje, a S&P afirmou que vê uma alta probabilidade do governo ajudar a estatal petrolífera.
Os diretores da agência ressaltaram ainda que fizeram um ajuste das expectativas para um déficit maior este ano, que de acordo com a S&P deve ser de 8% tanto para 2016 quanto para 2017, sendo que no ano seguinte o déficit deve cair para 5% do PIB. Apesar da visão bastante negativa, a S&P projeta que o Brasil volte a crescer no ano que vem.
Além disso, a agência afirma que vê alguns retrocessos e inconsistências nas atuais políticas brasileiras, mas que irão olhar para a elaboração de novas políticas com cuidado. Por outro lado, os diretores da S&P afirmaram que o pagamento total das pedaladas fiscais foi visto como um fator positivo para o País.
Em relatório divulgado ontem, a S&P afirma que os desafios econômicos e políticos do Brasil continuam consideráveis e agora a expectativa é de um processo de ajuste mais longo. Uma correção mais lenta da política fiscal assim como outro ano de profunda contração econômica, disse a agência em relatório.
No documento, a agência ainda citou o processo de impeachment de Dilma como um fator que deve continuar atenuando o sentimento empresarial. É difícil imaginar o Brasil retomando o crescimento até que suas incertezas políticas retrocedam, disse a S&P. Quando isso acontecer, restaurar o equilíbrio macroeconômico e o avanço da reforma microeconômica será fundamental para apoiar o investimento e o crescimento, completou. – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 3686