A produção de petróleo dos países não integrantes da Opep baixará em 2016 mais do que o previsto, afirmou nesta sexta-feira a Agência Internacional de Energia (AIE), advirtindo que, ainda assim, continuará o excesso de oferta.
Em seu relatório mensal, a AIE estima que a produção dos países não-membros do cartel baixará nesse ano em 750.000 barris diários (bd), em particular nos Estados Unidos, e não em 600.000 bd, como era estimado.
As exportações iranianas subiram em 300.000 bd desde o início do ano, um aumento mais modesto que o de 400.000 bd anunciado por Teerã, indica a AIE.
Segundo a agência representante dos interesses dos países consumidores, o retorno do Irã ao mercado, graças ao acordo sobre seu programa nuclear e à suspensão das sanções, foi menos expressiva do que o anunciado pelos iranianos.
Em fevereiro, estimamos que a produção aumentou em 220.000 bd e, até momento, parece que o retorno do Irã será progressivo, acrescenta.
Fevereiro foi o primeiro mês completo em que o Irã não se viu submetido às sanções internacionais, suspensas na metade do mês de janeiro, após o histórico acordo nuclear concluído em julho do ano passado entra a república islâmica e as grandes potências.
Na época, Teerã anunciou que pretendia aumentar sua produção imediatamente em 500.000 bd. No começo do mês, o ministro iraniano do Petróleo, Bijan Namadar Zanganeh, afirmou que as exportações do seu país haviam subido em 400.000 bd durante o mês iraniano de Bahman (21 de janeiro – 19 de fevereiro), para alcançar 1,75 mbd.
– Statu quo no mercado de petróleo –
Este retorno progressivo do Irã, que é membro da Opep, não mudará a situação do mercado petroleiro, pelo menos no primeiro semestre. O excedente de oferta alcançará 1,9 milhão de barris diários no primeiro trimestre e 1,5 mbd no segundo, segundo a AIE.
Será preciso aguardar a segunda metade do ano para que a diferença entre a oferta e a demanda caia significativamente.
Este reequilíbrio se deverá, segundo a agência, à esperada queda da produção nos países não membros da Opep. A queda será acentuada nos Estados Unidos, de aproximadamente 530.000 bd.
Em fevereiro, a produção mundial caiu em 180.000 barris diários para chegar a 96,5 milhões de barris diários, com uma redução da oferta dos países de dentro e de fora da Opep.
O aumento dos preços observado nas últimas semanas, e impulsionado pelas expectativas de um acordo internacional sobre a produção, não deve ser considerada como sinal definitivo de que necessariamente o pior já passou, alertou a AIE.
No entanto, o organismo afirma que elementos refletem que os preços já podem ter atingido seu ponto baixo.
– BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 5854