A CPI do Cachoeira foi criada para atingir o governador Marconi Perillo (PSDB) e enterrada por receio de petistas de envolver empresas aliadas nas investigações, segundo o senador e ex-líder do Governo Delcídio do Amaral (PT-MS). A íntegra do acordo de delação premiada, feito em meio à Operação Lava Jato, foi divulgada hoje.
A CPI, instalada em 2012 por conta das investigações da Operação Monte Carlo, terminou em dezembro daquele ano com rejeição do relatório final e um parecer final de duas páginas, sem nenhum indiciamento.
Delcídio diz no depoimento que acompanhou os trabalhos da comissão de perto. “A CPI foi muito incentivada pelo ex-presidente Lula com o objetivo de
atingir o governador do Estado de Goiás, Marconi Perillo”. Ainda segundo o relato do ex-líder do Governo, o grupo que incentivou a investigação acabou não avaliando muito bem as consequências políticas.
O senador conta que as investigações avançaram até chegar a empresas de Adir Assad, que teriam financiado por caixa 2 a campanha de 2010 do PT. “Verificando-se o risco que isso poderia representar, imediatamente a CPI se arrefeceu e terminou melancolicamente. Os próprios componentes da base do governo, quando perceberam os riscos envolvidos, se articularam para acabar com a CPI”, diz. – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 6122