A cúpula da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) se encerrou nesta sexta-feira em Istambul com duras críticas ao Irã por sua intromissão em assuntos nacionais de outros países e pelo apoio do país ao terrorismo.
A declaração final da cúpula, que contou com a presença de líderes de 56 países muçulmanos, critica o Irã por sua interferência em assuntos internos de países da região e outros como Bahrein, Iêmen, Síria e Somália, além do contínuo apoio ao terrorismo.
As duras e explícitas críticas do documento mostram a tensão crescente entre o Irã, de maioria xiita, e a Arábia Saudita, a potência sunita que mais influência está ganhando dentro da OCI.
Em sua 13ª edição, a cúpula da OCI condena as agressões à embaixada e aos consulados sauditas no Irã durante os protestos pela execução de um opositor xiita na Arábia Saudita, assim como a linguagem inflamatória com a qual Teerã denunciou a sentença.
A tensão já tinha sido visível na cúpula, inclusive, diante das câmeras, quando o rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdul Aziz, passar sem cumprimentar pelo presidente iraniano, Hassan Rohani.
A Turquia, no entanto, tenta fazer um papel de ponte entre os rivais. Enquanto o monarca saudita permaneceu em Ancara durante três dias em visita oficial, Rohani se reúne hoje com o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, e com o presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, amanhã.
Por outro lado, a declaração da cúpula reitera o apoio da OCI a uma solução negociada do conflito sírio, baseado no Comunicado de Genebra, e promete pleno apoio ao governo do Iraque em sua luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI).
O texto também respalda a Frente Moro de Libertação Islâmica em sua negociação por autonomia nas Filipinas e pede que Mianmar conceda mais direitos à etnia muçulmana rohingya.
Além disso, critica a política de Israel nos territórios ocupados e condena a milícia xiita libanesa Hezbollah por realizar atividades terroristas em outros países árabes, como a Síria.
Por outro lado, a OCI anunciou hoje a criação de um novo órgão especial, a Organização Islâmica pela Segurança Alimentar, que terá sua sede em Astana, capital do Cazaquistão. – EFE – I3D 8152