A China lançou nesta quinta-feira seu segundo laboratório espacial, o Tiangong-2, um passo crucial para que a país asiático estabeleça uma estação permanente ao redor da Terra por volta de 2022.
Como estava previsto, o Tiangong-2 (Palácio Celestial, em mandarim) foi lançado às 22h04 locais (11h04 de Brasília) desta quinta-feira do centro de lançamento de Jiuquan, no Deserto de Gobi, a cerca de 1.600 quilômetros de Pequim.
O Tiangong-2 foi lançado em um foguete Longa Marcha-2F, que começou a receber combustível na quarta-feira. Ao laboratório se acoplará uma nave espacial tripulada que a China espera lançar no próximo mês.
O Tiangong-2 opera com normalidade. A operação foi um autêntico sucesso, afirmaram em Jiuquan os responsáveis pelo lançamento, em imagens transmitidas ao vivo pela rede de televisão estatal CCTV.
Após cerca de dez minutos, o Tiangong-2 entrou em órbita e desdobrou dois painéis solares de cada lado do módulo, para se estabelecer a cerca de 380 quilômetros de distância da Terra. No entanto, está previsto que o laboratório espacial se desloque e fique a uma distância máxima de 393 quilômetros do planeta, onde também ficará a futura estação espacial chinesa.
A agência meteorológica da China acompanhou o lançamento, já que um forte tufão castiga hoje o litoral chinês. No entanto, o norte do país experimentou uma noite clara, com leve brisa, poucas nuvens e temperatura adequada para o lançamento, assegurou Yin Jie, o diretor de meteorologia de Jiuquan.
O laboratório chegou ao centro de Jiuquan em julho, onde foram realizados os últimos preparativos para seu lançamento.
A ele se acoplará a nave tripulada Shenzhou-11, com dois astronautas a bordo, que deve ser lançada em meados de outubro.
Os dois astronautas escolhidos para a missão são homens e a China prevê que eles possam viver no espaço durante 30 dias – um recorde para o país -, realizando uma série de experimentos no Tiangong-2.
O laboratório servirá como uma estação experimental, examinando os sistemas de apoio necessários, as funções de manutenção e as capacidades de reabastecimento de combustível para assegurar a presença humana em longo prazo na futura estação.
Com a exploração espacial transformada em prioridade nacional, a China acumulará este ano um número recorde de missões espaciais, com um total de 20.
Entramos em uma nova fase de aplicação e desenvolvimento, afirmou Wu Ping, subdiretor do departamento de engenharia do programa espacial, em declarações em Jiuquan divulgadas pela agência oficial Xinhua. – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 18104