O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou nesta terça-feira que o Congresso referendará o novo acordo de paz com as Farc, que será assinado na próxima quinta-feira, em Bogotá, pois esta é a melhor opção.
Depois de ouvir todas as propostas e alternativas, e de comum acordo com as Farc, é claro que a via mais desejável e legítima para referendar este novo acordo é através do Congresso, disse Santos, em um discurso na Casa de Nariño, sede do executivo.
No Congresso, onde tem maioria, estão representadas todas as visões e opções políticas do país, desde a extrema esquerda até a extrema direita, expressou.
Desta forma, o presidente colombiano encerrou a discussão sobre o mecanismo que vai referendar o novo acordo, que tinham sido colocadas outras opções como um novo referendo ou uma votação nos distritos municipais municipais e assembleias departamentais.
A grande maioria dos setores da sociedade civil, os jovens, a igreja e setores políticos mostraram preocupação com um novo referendo. Uma nova campanha polarizaria de maneira perigosa o país e este é o momento da união e não da divisão, afirmou.
O primeiro acordo com as Farc, assinado no dia 26 de setembro, em Cartagena, foi rejeitado pelos colombianos no referendo realizado uma semana depois que, além de frear o processo de paz, causou uma profunda divisão no país entre os partidários do sim e os defensores do não, liderados pelo ex-presidente Álvaro Uribe.
Meu dever como presidente é promover a união, não a polarização, disse Santos, hoje, ao justificar a opção pelo Congresso em lugar de um segundo referendo.
O chefe de Estado ressaltou que o Congresso representa o povo para que, em nome dos cidadãos, legisle e aprove todas as normas que nos regem, as reformas constitucionais, os tratados internacionais e as leis.
Ele lembrou que o poder legislativo tem não apenas a legitimidade do voto popular, mas representa todas as visões e opções políticas do país.
Juan Manuel Santos se dirigiu ao país para informar que o novo acordo, selado no último dia 12, em Havana (Cuba), será assinado na próxima quinta-feira, no Teatro Colón de Bogotá.
Por outro lado, ele lamentou que setores que defenderam o não no referendo mantenham sua oposição ao novo acordo de paz, mas deixou a porta aberta para chegar a um novo consenso.
Infelizmente, alguns dos setores mais radicais do não seguem se opondo ao novo acordo, apesar de suas claras e importantes mudanças e ajustes, disse.
Além disso, defendeu as mudanças que foram feitas para o acordo, que, segundo Santos, foram realizadas alterações profundas e que atenderam a grande maioria das solicitações e propostas.
Ele também reconheceu sua preocupação pelo processo de paz e pelo risco que se retroceda se não for implementado rapidamente o acordo com as Farc, dada a fragilidade do cessar-fogo em vigor desde o dia 29 de agosto.
O presidente lembrou o incidente recente onde morreram dois guerrilheiros no norte do país e os assassinatos de líderes camponeses e defensores de direitos humanos registrados nos últimos dias.
Vidas foram perdidas e há muitas outras em perigo. Não poderia me perdoar por não ter atuado com prontidão e firmeza para corrigir esta situação, disse.
Santos insistiu que após oito processos de paz que não foram concluídos da melhor forma, o país tem agora a oportunidade única de fechar este capítulo tão doloroso de nossa história, que enlutou e deixou aflitos milhões de colombianos por mais de meio século. – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 21507