A economia encolheu 0,48% em outubro nos cálculos do Banco Central (BC). A expectativa do mercado financeiro era de uma queda de 0,58% no Índice de Atividade Econômica da autoridade monetária (IBC-Br). Foi o quarto mês seguido de queda. O dado mostra que atividade econômica começou o 4º trimestre também no vermelho. Em 2016, houve expansão da atividade apenas em abril e julho. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira pela autarquia.
O índice do BC mostra uma forte retração da economia brasileira em 2016. Ao longo do ano, a atividade caiu 5,01% nas contas da autoridade monetária. Nos últimos 12 meses, a queda o IBC-Br foi de nada menos que 5,29%, aprofundando a retração já que em setembro a taxa ficou em -5,23%.
“O IBC-Br apresentou queda na passagem de setembro para outubro, fortalecendo nossa expectativa de novo desempenho negativo do PIB no quarto trimestre”, disseram os economistas do Bradesco em comunicado aos clientes. “A queda, que ficou em linha com as expectativas do mercado, de contração de 0,50%, se deu de forma generalizada, diante do desempenho negativo da produção industrial, das vendas do varejo e da atividade do setor de serviços no período.”
A instituição aposta em uma retração do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) no quarto trimestre de 0,7%.
O pessimismo em relação ao mês veio dos dados setoriais. As vendas do comércio varejista, por exemplo, registraram a quarta queda seguida. No mês de outubro, em relação a setembro, o recuo foi de 0,8%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) há dois dias. Nos últimos 12 meses, o setor acumula uma queda de 6,8%: a maior desde 2001.
Já a produção industrial teve recuou ainda maior: 1,1% em outubro na comparação com o mês anterior, segundo o IBGE. O resultado foi o pior para o mês nesta comparação desde 2013. Em 12 meses, houve um encolhimento na produção de 8,4%.
Para completar o resultado ruim, o O volume de vendas do setor de serviços recuou 2,4% em outubro, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE. Em 12 meses, encolheu 5,1%.
ICB-Br X PIB
Todos esses resultados influenciam o IBC-Br, que foi criado pelo BC para ser uma referência do comportamento da atividade econômica que sirva para orientar a política de controle da inflação pelo Comitê de Política Monetária (Copom), uma vez que o dado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) é divulgado pelo IBGE com defasagem em torno de três meses. Tanto o IBC-Br quanto o PIB são indicadores que medem a atividade econômica, mas têm diferenças na metodologia.
O indicador do BC leva em conta trajetória de variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (indústria, agropecuária e serviços).
Já o PIB é calculado pelo IBGE a partir da soma dos bens e serviços produzidos na economia. Pelo lado da produção, considera-se a agropecuária, a indústria, os serviços, além dos impostos. Já pelo lado da demanda, são computados dados do consumo das famílias, consumo do governo e investimentos, além de exportações e importações. – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 23119