O ministro russo das Relações Exteriores afirmou neste sábado (14) que a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) falsificou os resultados de sua investigação sobre o envenenamento do ex-espião Serguei Skripal para acusar a Rússia.
Segundo o ministro Serguei Lavrov, que disse que a Rússia recebeu as informações de maneira confidencial, o laboratório suíço de Spiez, especializado em ameaças químicas, enviou à Opaq os resultados de suas análises a partir de amostras coletadas em Salisbury (sul da Inglaterra), onde foram envenenados Skripal e sua filha.
Segundo os resultados das análises, foi descoberta a substância BZ em todas as amostras, declarou Lavrov em coletiva de imprensa. Essa substância estava disponível no Reino Unido, nos Estados Unidos e em outros países da Otan. Nunca foi usada nem na URSS nem na Rússia, acrescentou.
O BZ não é mencionado no relatório da Opaq. Queremos saber o motivo pelo qual essa informação, que reflete as conclusões dos especialistas do laboratório de Spiez, foi omitida no documento, acrescentou o chefe da diplomacia russa.
E se a Opaq negar sua colaboração com o laboratório de Spiez, será interessante ouvir suas explicações, acrescentou Lavrov.
A Opaq anunciou na quinta-feira que as análises de laboratório confirmam as descobertas do Reino Unido em relação à identidade da substância química tóxica usada em Salisbury para envenenar Serguei Skripal e sua filha Yulia em 4 de março.
A substância química é de grande pureza, detalhou a organização, sem chegar a estabelecer responsabilidades neste caso em que Londres acusa Moscou, que defende sua inocência.
O envenenamento de Serguei e Yulia Skripal provocou uma grave crise diplomática entre Rússia, de um lado, e Reino Unido e seus aliados ocidentais de outro, levando à maior onda de expulsões trocadas de diplomatas da história.
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