O Nobel de Literatura peruano Mario Vargas Llosa qualificou neste domingo como uma traição de Pedro Pablo Kuczynski o indulto concedido há uma semana ao ex-presidente Alberto Fujimori, apontando a uma quebra das promessas eleitorais do atual chefe de Estado.
A traição de Kuczynski permitirá que o fujimorismo se converta no verdadeiro governo do país, afirmou o escritor em sua coluna Piedra de Toque publicada nos jornais peruano La República e espanhol El País.
Vargas Llosa lembrou que Kuczynski, um ex-banqueiro de Wall Street de centro-direita, que venceu as eleições no Peru graças a todas as forças democráticas que votaram nele, incluída a esquerda, acreditando em sua firme e repetida promessa de que, se chegasse ao poder, não haveria indulto para o ex-ditador de 79 anos.
No artigo A traição de Kuczynski, Vargas Llosa critica o mandatário por ter negociado um sujo cambalacho com os Fujimori: o indulto presidencial por razões humanitárias em troca dos votos que evitaram defenestração.
O escritor referiu-se, nesse trecho, à surpreendente divisão na bancada fujimorista no dia 21 de dezembro quando o Congresso afastou a possibilidade de destituição por ter mentido sobre seu envolvimento com a construtora Odebrecht.
Fujimori (1990-2000) cumpria há 12 anos uma condenação de 25 anos por delitos de crime contra a humanidade. Ele está hospitalizado desde 23 de dezembro, quando foi transferido da prisão a uma clínica onde trata dua hipotensão e arritmia cardíaca.
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