SÃO PAULO – O número de pessoas que têm conta poupança representa 85% (62,6 milhões de contas) de todos os investidores brasileiros, apontando a manutenção do favoritismo da aplicação mesmo com o baixo retorno oferecido. A caderneta de poupança também responde pela maior parte dos recursos investidos (39,2%).
No entanto, a queda da taxa de juros para 6,75% têm ajudado a levar investidores a diversificar suas aplicações em opções mais rentáveis, como os fundos em geral, cujas aplicações cresceram 32,8% no ano passado, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Entre os fundos, o destaque ficou com a categoria multimercados, com aumento de 117,1% no volume das aplicações, atingindo R$ 69,4 bilhões no fim de 2017.
O resultado reflete a procura cada vez maior dos investidores por produtos mais sofisticados com mais riscos envolvidos, principalmente entre o varejo alta renda, como efeito da queda dos juros, afirma José Rocha, presidente do Comitê de Varejo da Anbima.
A Selic está em 6,75% ao ano – no menor valor histórico e deve se manter assim até o fim de 2018, pelo menos. Diante desse novo cenário da taxa de juros, a Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) fez uma simulação de rendimento da poupança.
Em uma aplicação financeira no valor de R$ 10 mil pelo prazo de 12 meses, considerando Selic estável em 6,75% ao ano, a poupança teria acumulado rendimento no valor de R$ 473,00 (4,73% ao ano) totalizando valor aplicado de R$ 10.473,00. No entanto, outros investimentos conservadores em renda fixa, como o CDB e o Tesouro Direto, são capazes de proporcionar ganhos maiores em um ano.
Um CDB que pague 100% do CDI alcançaria, em 12 meses, total líquido (já descontados os impostos) de R$ R$ 10.556,88. Com um CDB com rentabilidade maior, de 110% do CDI, o investidor terminaria o ano com R$ 10.612,98. Aplicando R$ 10 mil no Tesouro Selic, o investidor terminaria o ano com R$ 10.554,23, já descontados os impostos e a taxa de custódia.
Nas quatro comparações com aplicações conservadoras, o investidor consegue ganhos superiores a poupança. – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 53001