Estados Unidos e França manifestaram preocupação com a escalada da violência na Síria e com a degradação crescente da situação no país nesta terça-feira (20), quando o número de civis mortos em bombardeios do regime no reduto rebelde de Guta oriental chegou a 250 desde domingo.
Em Washington, a porta-voz do Departamento de Estado americano, Heather Nauert, disse a jornalistas que os Estados Unidos estão profundamente preocupados com a intensificação dos ataques russos e sírios no enclave.
A cessação da violência precisa começar agora, declarou Nauert, criticando o que ela chamou de táticas de sítio e inanição do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Em Paris, o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves le Drian, alertou que a situação na Síria se degrada consideravelmente e se não houver nenhum elemento novo, nós caminhamos rumo a um cataclisma humanitário.
Há uma urgência absoluta sobre este tema (…) Esta é a razão pela qual, a pedido do presidente da República [Emmanuel Macron], seguirei nos próximos dias para Moscou e Teerã, apoiadores do regime do presidente sírio, acrescentou Le Drian, em discurso no Parlamento.
Na minha opinião, o pior está por vir, prosseguiu o ministro francês das Relações Exteriores. Isto de deve ao fato de que o processo político está bloqueado (…) Todos os elementos estão reunidos para um agravamento da situação.
As forças do regime e seus aliados russos lançam desde 5 de fevereiro uma vigorosa ofensiva contra a região da Guta Oriental, enclave controlado pelos rebeldes no subúrbio de Damasco. Os bombardeios incessantes, aéreos e de artilharia, deixaram pelo menos 250 mortos civis desde o domingo, segundo um balanço da ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Importantes forças leais ao presidente sírio foram reunidas nas imediações de Guta para o que parece ser o prelúdio de uma ofensiva terrestre de grande envergadura.
Várias agências da ONU têm condenado os bombardeios maciços contra Guta.
Os bombardeios de civis devem cessar imediatamente exigiu o coordenador da ONU para a ajuda humanitária na Síria, Panos Moumtzis, alertando para as cerca de 400.000 pessoas encurraladas no enclave rebelde, entre as quais foram registrados casos severos de desnutrição.
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