O líder do Democratas no Senado Federal, Ronaldo Caiado (GO), defendeu o uso do recibo impresso como método de segurança do processo eleitoral.
Em audiência sobre o tema na Comissão de Constituição e Justiça da Casa com o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, nesta terça-feira (13/03), Caiado ressaltou que a aplicação da medida em meio à grave crise de credibilidade política é uma satisfação urgente ao eleitor de que o processo democrático está sendo respeitado.
“No momento em que vivemos uma crise política delicada, com a credibilidade de nossas instituições colocadas à prova, é preciso dar uma satisfação ao povo de que o seu voto está sendo respeitado. Não existe um município no Brasil que não tenha um cidadão questionando a eficácia da urna eletrônica. Estamos chegando a 35% dos eleitores não indo votar. Rejeitar que o processo eleitoral se torne mais confiável só agrava isso. Estamos tratando de algo maior do que uma questão técnica. É o sentimento de confiança da população que está em jogo. Temos que ter transparência total”, defendeu o senador.
Caiado foi o relator no Senado do projeto de lei de autoria da senadora Ana Amélia (PP-RS) aprovado e sancionado pelo presidente em 2017. No entanto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) argumenta que a implantação do método custaria cerca de R$ 2 bilhões, o que impede sua aplicação imediata.
“O TSE argumenta que aplicar a lei imediatamente custaria algo em torno de R$ 2 bilhões, o equivalente à reforma do estádio Mané Garrincha para a Copa. O que está em jogo agora é a credibilidade do processo democrático brasileiro. A garantia ao eleitor de que o processo eleitoral é confiável tem um valor muito maior do que uma reforma de um estádio e a população anseia por isso”, afirmou.
SEGURANÇA
Janino defendeu a segurança do software da urna eletrônica e alertou para o alto custo da implantação do recibo impresso. Caiado questionou a justificativa, lembrando que o assunto é crucial para a credibilidade da democracia brasileira.
“O que causa estranheza para toda a população brasileira é o porquê dessa resistência. Dizem que nunca foi detectada uma fraude, mas como detectar se não tem como conferir? Engenheiros especializados e professores são claros ao dizer que não existe nenhum software que não seja potencialmente vulnerável. Assistimos a casos em que hackers invadem o sistema do Pentágono, da Sony, por que não invadiriam o sistema do TSE?”, comparou.
CREDIBILIDADE
Para Caiado, o argumento maior supera a questão técnica. É preciso dar um retorno ao cidadão que contesta a eficácia da urna eletrônica e anseia por métodos que ampliem a segurança do processo.
“Posso dizer que, como médico cirurgião que sou, tenho que ter a humildade de poder explicar para um cidadão que a cirurgia que eu vou fazer tem tudo para dar o melhor resultado. O mesmo vale para o nosso processo eleitoral. Não basta ter segurança, precisa passar a mensagem de que é seguro o bastante para não ser questionado. À mulher de César não basta ser honesta, tem também que parecer honesta, comparou. – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 55677