O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong Ho, reuniu-se nesta sexta-feira (16) com membros do governo da Suécia, país que representa os interesses americanos no país asiático, em um contexto de distensão entre os ocidentais e Pyongyang.
O chefe da diplomacia norte-coreana chegou na noite de quinta-feira a Estocolmo, uma semana depois de o presidente americano, Donald Trump, aceitar participar de uma hipotética cúpula histórica com o dirigente da Coreia do Norte, Kim Jong Un.
O ministro norte-coreano viajou para a Suécia, acompanhado do vice-diretor da seção para a América do Norte de seu ministério, Choe Kang Il.
Após uma jantar com sua contraparte sueca, Margot Wallström, na quinta-feira, Ri se reuniu com o primeiro-ministro, Stefan Löfven, na manhã desta sexta-feira, e de novo com Wallström durante algumas horas em uma residência no bairro das embaixadas em Estocolmo.
Depois desse encontro, a ministra sueca comemorou a atmosfera construtiva durante as negociações com Ri, declarou à imprensa.
O diálogo é necessário (…) mas não somos tão ingênuos a ponto de pensar que podemos resolver todos os problemas do planeta. Serão as partes envolvidas que deverão decidir o caminho a seguir, disse Wallström pouco antes, à margem de uma reunião no Parlamento sueco.
As autoridades suecas anunciaram que as conversações com os representantes norte-coreanos, que deviam terminar na noite desta sexta-feira, continuariam no sábado.
Segundo o governo sueco, Ri e seus interlocutores tinham previsto falar sobre a desnuclearização da península coreana e da possível cúpula entre Trump e Kim Jong Un.
A visita do ministro norte-coreano também busca contribuir para a aplicação efetiva das resoluções votadas pelo Conselho de Segurança contra Pyongyang sobre seu programa nuclear, mas também as que destacam a necessidade de intensificar os esforços para encontrar uma solução pacífica para o conflito, segundo Estocolmo.
A Coreia do Norte terá um futuro mais brilhante se seguir o caminho certo da desnuclearização, sugeriram nesta sexta, durante conversa por telefone, os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Coreia do Sul, Moon Jae-in.
Trump reiterou sua intenção de se encontrar com o dirigente norte-coreano, Kim Jong Un antes do fim de maio, informou a Casa Branca em nota oficial.
– Papel de mediador –
A Suécia, membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas eleito para o período 2017-2018, dirige esta mediação na qualidade de potência protetora dos Estados Unidos, Canadá e Austrália, cujos interesses representa em Pyongyang.
Após meses de tensões e ameaças de guerra em torno do programa nuclear de Pyongyang, uma cúpula entre Donald Trump e Kim Jong Un pode ser celebrada antes do fim de maio, anunciou na semana passada um alto funcionário sul-coreano.
Trump confirmou o plano da cúpula, mas a Coreia do Norte ainda não o fez, e muitos especialistas se mostram prudentes com relação às possibilidades de êxito de um encontro entre os dois líderes.
Diante dessa perspectiva, a Suécia tem um papel a desempenhar se as duas partes o desejarem, declarou nesta quinta-feira o premiê Löfven.
No ano passado, Trump já tinha agradecido ao governo sueco por seus esforços para conseguir a libertação do estudante americano Otto Warmbier, detido em 2016 em Pyongyang e morto pouco depois de sua liberação e retorno aos Estados Unidos.
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