O auditório 2 da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) foi palco de uma audiência pública, na tarde desta segunda-feira, 18, em alusão à Semana Nacional de Trânsito. Com tema ‘Mobilidade e Trânsito’, o encontro contou com a participação de especialistas, representantes da sociedade civil organizada e, claro, o anfitrião e propositor do encontro, deputado Mauro Rubem (PT).
“Nosso objetivo é contribuir para a criação de vias mais seguras e ambientalmente sustentáveis”, explicou Rubem ao comentar a iniciativa. Em 2022, vale destacar, ocorreram 193 mortes relacionadas a acidentes de trânsito em Goiânia, um número preocupante que, segundo ele, “exige ação imediata”.
“Queremos sensibilizar todas as partes interessadas, incluindo parlamentares, gestores, acadêmicos e a população, sobre a urgência de reduzir a violência no trânsito. Isso envolve saúde, mobilidade e planejamento urbano integrados”, complementou.
Durante o encontro, foram apresentados dados sobre acidentes de trânsito em Goiânia e Goiás, o planejamento de mobilidade para a região, bem como os resultados obtidos na cidade de Fortaleza, no Ceará, com a implementação de plano de segurança em resposta à Década de Ações para a Segurança no Trânsito, meta estipulada pelas Nações Unidas.
A cidade, vista como modelo a ser seguido, registrou ao longo dos últimos anos uma redução invejável dos indicadores relacionados aos acidentes e mortes no trânsito. O superintendente municipal de trânsito de Fortaleza, Antônio Ferreira da Silva, explicou, por exemplo, que uma simples redução de 5% da velocidade máxima das vias públicas é suficiente para reduzir cerca de 30% a quantidade de vítimas fatais.
Numa extensão de 163 quilômetros, o especialista explicou que as medidas implementadas foram suficientes para garantir uma redução de 68% das fatalidades, 19% dos sinistros com vítimas e 30% do número de atropelamentos.
Fortaleza, vale destacar, é a primeira cidade do País a ter um plano de segurança aprovado em lei. Sancionada em junho de 2022, a legislação em questão estabelece a meta de reduzir pela metade a taxa de mortalidade no trânsito até 2031.
De forma ampliada, foi mostrado que, na contramão da melhora registrada em Fortaleza, o Brasil amarga o quinto lugar em número de mortes no trânsito no mundo. “Nós conseguimos aumentar a expectativa de vida humana, mas ainda temos tantas mortes precoces de crescente de jovens no trânsito”, explicou Marta Maria Alves da Silva, médica da Secretaria Municipal de Saúde e do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Estudos revelam que a população entre 20 e 29 anos está entre a mais afetada pelos acidentes fatais. Os mais vulneráveis são motociclistas e pedestres. “Nosso trânsito, infelizmente, se tornou mais violento no comparativo entre o primeiro quadrimestre de 2022 para 2023”, completou a médica.
Nayara Coimbra, presidente do Conselho Estadual de Trânsito de Goiás (Cetran-GO), lamentou a baixa adesão dos municípios em relação à regulamentação, fiscalização e organização do trânsito. “Apenas 57 municípios goianos, dos 246, estão integrados ao Sistema Nacional de Trânsito. Todo município tem a capacidade de fazer essa integração, mas, às vezes, só pensam na questão dos gastos e esquecem do primordial que é resguardar a vida”, criticou.
Alego sedia audiência pública sobre mobilidade e trânsito
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