Três homens que haviam sido detidos há duas semanas durante um evento esportivo judaico na Argentina foram libertados devido à falta de provas, segundo fontes judiciais. Os suspeitos, associados a uma possível célula terrorista, foram presos em 30 de dezembro, acusados de planejar um ataque durante os Jogos Macabeus realizados em Buenos Aires. No entanto, a juíza federal responsável pelo caso decidiu pela libertação dos indivíduos, alegando a ausência de elementos de prova que corroborassem a hipótese investigada. Durante a investigação em andamento, os três suspeitos deverão comparecer ao tribunal mensalmente.
O trio detido era composto por um homem de origem sírio-libanesa recém-chegado ao país, utilizando passaportes da Venezuela e Colômbia, e dois argentinos. Eles foram apontados como possíveis destinatários de um pacote de 35 quilos vindo do Iêmen, porém a existência dessa encomenda não foi comprovada nos procedimentos judiciais. Os indivíduos liberados são o professor de tênis de mesa Naem Chatay Chasan, o cabeleireiro Ramón Domínguez e Juan Manuel Ledesma, autodenominado agente inorgânico de inteligência dos Estados Unidos, conhecido como El Rubio. A prisão preventiva havia sido baseada em informações de serviços de inteligência dos EUA e de Israel, bem como de organismos de segurança da Colômbia.
A Argentina possui a maior comunidade judaica da América Latina e já foi alvo de dois graves atentados com bomba. Em 1992, um ataque à embaixada de Israel resultou na morte de 29 pessoas, enquanto em 1994, um atentado à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) deixou 85 mortos. No contexto desses eventos passados, as autoridades argentinas foram alertadas sobre os suspeitos devido à reserva de um quarto de hotel próximo à embaixada de Israel. Apesar disso, a falta de provas levou à libertação dos indivíduos, e a investigação continua em andamento para esclarecer as circunstâncias do caso.