O ex-presidente norte-americano, Donald Trump, foi condenado por um júri federal a pagar cerca de R$ 409 milhões em indenização à escritora E. Jean Carroll. Carroll o acusou de estuprá-la, há quase três décadas, e destruir sua reputação como jornalista ao negar o ocorrido. O júri concedeu a Carroll US$ 18,3 milhões (R$ 89,96 milhões) em danos compensatórios e aproximadamente US$ 65 milhões (R$ 320 milhões) em danos punitivos. Trump afirmou que nunca tinha ouvido falar de Carroll e que ela inventou sua história para promover seu livro. Após a decisão, Carroll considerou as indenizações punitivas apropriadas para evitar que Trump repetisse suas negações.
A escritora processou Trump em 2019, alegando que ele a estuprou nos anos 1990. Em um primeiro julgamento, um júri concedeu a Carroll uma indenização de aproximadamente R$ 24,5 milhões, concluindo que Trump a havia abusado sexualmente e difamado. Durante o julgamento mais recente, Carroll afirmou que não havia procurado a polícia ou o hospital após o incidente, mas publicou a história em seu livro inspirada no movimento #MeToo. O dano à reputação causado pelas declarações de Trump foi estimado entre R$ 35,89 milhões e R$ 59,48 milhões por um especialista em danos. Trump classificou a decisão como “absolutamente ridícula” e afirmou que irá recorrer.
Esta condenação ocorre em meio a outros processos civis e criminais que Trump enfrenta, enquanto ele busca retornar à Casa Branca. O ex-presidente discordou dos veredictos, alegando uma “caça às bruxas” dirigida por Biden e criticando o sistema jurídico como uma “arma política” que limita os direitos da Primeira Emenda. Trump tem utilizado a Truth Social, sua rede social própria, para expressar suas opiniões sobre o caso. O resultado do julgamento destaca o aumento da visibilidade e repercussão dos casos de assédio e abuso sexual no contexto do movimento #MeToo e suas consequências legais para figuras de destaque.