O presidente argentino, Javier Milei, deu início ao seu mandato apresentando um pacotaço com 664 artigos ao Congresso argentino, buscando implementar medidas ultraliberais. Apelidada de Lei Ônibus, a proposta foi reduzida para menos de 360 artigos, mas ainda manteve o tom característico de Milei e foi aprovada na Câmara dos Deputados. O projeto inclui cortes em subsídios setoriais, privatizações de importantes empresas estatais e poderes especiais para o Executivo. No entanto, enfrenta resistência no Senado, que é mais hostil às pautas do presidente. A população expressa seu descontentamento nas ruas, onde ocorrem protestos e confrontos com as forças policiais. Especialistas apontam incertezas sobre os impactos políticos e econômicos dessas medidas para o país.
Carla Beni, economista da FGV, destaca que a principal obsessão de Milei é o fim do déficit fiscal. Além disso, o presidente busca aumentar seu poder em relação ao Legislativo, a fim de aprovar leis sem a interferência dos parlamentares. Enquanto a oposição se mobiliza nas ruas, Milei mantém seu núcleo duro de apoiadores. No entanto, o pacotaço apresentado foi consideravelmente reduzido, levando à perda de oportunidades para o presidente apresentar seu plano econômico no Fórum Econômico Mundial. Ainda é cedo para determinar se as medidas adotadas levarão a economia argentina no caminho certo.