Uma menina britânica, Opal Sandy, que nasceu surda, agora consegue ouvir após um inovador tratamento de terapia genética. A terapia, aplicada como uma infusão no ouvido, substitui o DNA defeituoso causador de sua surdez hereditária. Opal, participante de um ensaio clínico, recebeu o tratamento pouco antes de completar um ano de idade e, seis meses depois, já é capaz de ouvir sons suaves e está começando a falar. Médicos esperam que essa abordagem revolucionária possa beneficiar também outros tipos de perda auditiva profunda, oferecendo uma nova esperança para crianças com deficiência auditiva.
A terapia genética, que utiliza um vírus modificado para entregar uma cópia funcional do gene defeituoso às células auditivas, mostrou resultados impressionantes em Opal, levando-a a uma audição praticamente normal para sons suaves. Os pais da menina, Jo e James, descrevem a decisão de submetê-la ao tratamento como difícil, porém única. O cirurgião auditivo responsável pelo ensaio clínico, Manohar Bance, destaca a alegria de ver Opal responder ao som e expressa esperança de que essa terapia possa se tornar uma opção para crianças com perda auditiva genética no futuro próximo.
A experiência de Opal, apresentada na Sociedade Americana de Terapia Genética e Celular, desperta otimismo entre especialistas, que vislumbram a possibilidade de utilizar a terapia genética para tratar outros tipos de perda auditiva. Com testes genéticos disponíveis para identificar riscos precocemente, a restauração da audição em tenra idade pode transformar a vida de crianças surdas, evitando atrasos no desenvolvimento da fala. A história de Opal destaca o potencial transformador da ciência e da medicina, oferecendo uma nova perspectiva para famílias que enfrentam desafios relacionados à surdez hereditária.