O governo federal anunciou a suspensão do pagamento da dívida do Rio Grande do Sul com a União por um período de três anos, totalizando R$ 11 bilhões em parcelas e R$ 12 bilhões em juros perdoados. A medida faz parte do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), criado em 2017 para auxiliar estados com alto endividamento em relação às receitas. O Rio Grande do Sul, juntamente com Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás, aderiu ao regime, que prevê benefícios mediante adoção de reformas institucionais.
A suspensão da dívida seguirá para análise do Congresso como um projeto de lei complementar. O plano prevê que os valores não utilizados para amortizar a dívida do estado sejam destinados a um fundo específico para a reconstrução pós-chuvas. A dívida do Rio Grande do Sul com a União, que somava R$ 95,7 bilhões em abril, remonta à década de 1990 e cresceu devido à fórmula de correção adotada pela União, resultando em um plano de parcelamento até 2030.
Enquanto o governo propõe a suspensão do pagamento e perdão de juros, os estados integrantes do regime reivindicam mudanças nos contratos de recuperação fiscal, como a flexibilização do teto de gastos e a redução das taxas de juros. As negociações incluem propostas como o programa Juros por Educação, que busca reduzir os juros da dívida em troca da ampliação das matrículas no ensino médio técnico, visando aliviar o peso da dívida que totaliza cerca de R$ 740 bilhões nos estados, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.