A inflação na Argentina atingiu 8,8% em abril, marcando o quarto mês consecutivo de desaceleração, com um aumento anual de 289,4%. O presidente Javier Milei comemorou o índice de um dígito, porém economistas alertam para a queda do consumo, especialmente devido aos aumentos nos preços de habitação, água, eletricidade e gás. Embora o país tenha alcançado um superávit fiscal e recebido elogios do FMI, cortes de gastos insustentáveis têm impactado negativamente a população, com manifestações diárias e uma significativa queda no consumo.
O ajuste fiscal na Argentina resultou em um superávit trimestral pela primeira vez desde 2008, mas à custa de cortes de gastos e deterioração de salários, aposentadorias e empregos. Enquanto alguns preços diminuíram devido à falta de consumo, a consultoria Focus Market reportou uma queda de 20,4% no consumo em abril, agravando a situação econômica dos argentinos. A inflação, embora desacelerando, impacta setores como saúde, transporte e habitação de forma alarmante, enquanto a contração industrial atinge níveis recordes desde 2020.
Diante do cenário de desafios econômicos, a Argentina enfrenta uma complexa realidade onde a desaceleração da inflação não se traduz em melhoria do padrão de vida da população. O aumento das tarifas de serviços públicos e a erosão da capacidade de gastos das famílias sinalizam dificuldades futuras. Enquanto o governo celebra conquistas fiscais, a população experimenta os impactos negativos do ajuste econômico, refletidos em quedas significativas no consumo e na atividade industrial do país.