Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central enfrentou divergências internas em relação ao ritmo de corte da taxa de juros. Apesar de quatro diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva defenderem um corte maior, a maioria optou por uma redução menor, levando a uma queda de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, que passou para 10,50% ao ano. A decisão gerou nervosismo no mercado financeiro, com a bolsa de valores em queda e o dólar e os juros futuros em alta.
O Copom destacou em sua ata a necessidade de uma política monetária mais contracionista e cautelosa diante do cenário desafiador para a inflação nos próximos anos. O aumento das projeções de inflação, a situação externa mais adversa e a atividade econômica aquecida foram fatores considerados na decisão. Além disso, a discussão sobre a manutenção do guidance anterior em meio a mudanças de cenário revelou as tensões no Comitê e a importância da credibilidade na condução da política monetária.
O cenário internacional mais adverso, a atividade econômica em crescimento e a necessidade de uma política fiscal crível para as contas públicas foram elementos destacados pelo Copom. A resiliência da atividade doméstica, as incertezas sobre o ciclo de queda de juros nos EUA e o impacto do mercado de trabalho aquecido na inflação foram pontos de atenção. O Comitê reafirmou seu compromisso com a meta de inflação, ressaltando a importância da atuação firme da autoridade monetária e do fortalecimento da credibilidade das instituições para controlar as expectativas inflacionárias.