Após Paulo Roberto Cabral de Melo, engenheiro responsável pelas minas de exploração de sal-gema em Maceió, se recusar a responder aos questionamentos na CPI da Braskem, senadores indicam que ele pode ser apontado como um dos responsáveis pelo desastre natural. Os parlamentares apontam que a exploração de sal-gema em Maceió não seguia os protocolos de segurança recomendados, conforme evidências de depoimentos anteriores na CPI e documentos em posse do colegiado. O engenheiro, por sua vez, amparado por um habeas corpus, optou por permanecer em silêncio devido a um inquérito policial em andamento que o investiga.
Na oitiva conduzida pelo senador Omar Aziz, o depoente não forneceu respostas mesmo diante das questões sobre os planos de extração do minério, monitoramento das minas e contratos de consultoria. O relator da CPI, senador Rogério Carvalho, destacou a falta de controle efetivo na exploração, apontando para uma possível conivência dos órgãos de fiscalização com as mineradoras. A recusa do engenheiro em colaborar foi lamentada pelos senadores, que ressaltaram a importância de esclarecer os fatos para prevenir futuros desastres como o ocorrido em Maceió.
O silêncio de Paulo Roberto Cabral de Melo na CPI da Braskem gerou críticas dos parlamentares, que destacaram a oportunidade perdida de contribuir para a busca da verdade e transparência sobre o desastre. O engenheiro, que atuou por décadas na empresa e como consultor, foi beneficiado com um habeas corpus que lhe garantia o direito de permanecer em silêncio diante de perguntas que pudessem incriminá-lo. Sua postura foi interpretada como uma possível omissão que poderia torná-lo cúmplice da situação investigada pela comissão parlamentar.