Sociedades médicas brasileiras, incluindo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), uniram-se para esclarecer um estudo recente que ligou medicamentos para emagrecer contendo semaglutida a um possível aumento do risco de Neuropatia Óptica Isquêmica Anterior Não-Arterítica (NOIA-NA), uma forma rara de cegueira. Apesar do aumento relativo de risco, as entidades enfatizam que o aumento absoluto é baixo, não justificando a suspensão da medicação, mas recomendam exames oftalmológicos periódicos para pacientes em tratamento com semaglutida.
As recomendações das entidades incluem a realização rotineira de exames de retina para pessoas com diabetes, a retirada imediata da semaglutida em casos de NOIA-NA ou perda súbita de visão, e a continuidade do uso do medicamento sob prescrição médica apenas em pacientes assintomáticos. Apesar da associação observada no estudo, as entidades apontam para limitações, como a falta de causalidade comprovada entre o uso de semaglutida e a NOIA-NA, destacando a necessidade de novas pesquisas para esclarecer a questão e a validade dos resultados em populações mais amplas.
O estudo publicado no JAMA Ophthalmology revelou uma possível ligação entre a semaglutida e a NOIA-NA, porém as entidades ressaltam que a população estudada foi de alto risco, limitando a generalização dos resultados. Além disso, o estudo foi observacional e não randomizado, levantando dúvidas sobre a relação de causa e efeito. Apesar das ressalvas, as entidades reforçam a importância da supervisão médica no uso da semaglutida e da realização de mais pesquisas para esclarecer a segurança do medicamento em relação à saúde ocular.