A Polícia Federal indiciou o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, juntamente com quatro policiais, por suposta tentativa de obstruir o deslocamento de eleitores no Nordeste durante o segundo turno das eleições de 2022. As investigações apontam que o grupo teria dado ordens ilegais para dificultar o trânsito de eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva, visando beneficiar Jair Bolsonaro, então presidente em busca da reeleição. O pedido de indiciamento aguarda análise da Procuradoria Geral da República para possível denúncia à Justiça.
As operações policiais em questão envolveram blitze em estradas do Nordeste, região onde Lula liderava as pesquisas de intenção de voto. Dados da investigação revelam que a PRF mobilizou um efetivo significativamente maior na região durante o segundo turno eleitoral, buscando restringir o acesso de eleitores do candidato opositor. Além dos indiciamentos de Torres e Vasques, outros quatro policiais federais foram implicados no crime de violência política, conforme o artigo 359-P do Código Penal, por tentarem interferir nos direitos políticos de terceiros.
Após o ex-ministro Torres permanecer detido por quatro meses devido a investigações sobre atos golpistas, o ministro Alexandre de Moraes determinou a soltura de Vasques, destacando o avanço das investigações. As defesas dos acusados negam as acusações, alegando falta de enquadramento do tipo penal e confiando no arquivamento do caso pela PGR. O desfecho desse caso de obstrução nas eleições de 2022 promete gerar repercussões no cenário político brasileiro.