Nos últimos três meses, Goiás e 15 outros estados, além do Distrito Federal, estão experimentando uma seca histórica, a pior dos últimos 40 anos, com a maior parte do Brasil sofrendo com a falta de chuvas. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), pelo menos 82% dos municípios estão em condições de seca extrema ou severa.
A pesquisadora Ana Paula Cunha do Cemaden aponta que a seca se intensificou após a chegada do El Niño em junho de 2023. Apesar das expectativas de que o período chuvoso iniciado em outubro poderia aliviar a estiagem, bloqueios atmosféricos impediram a entrada de frentes frias e as chuvas foram menos eficazes do que o esperado. As chuvas abaixo da média e temperaturas recordes contribuíram para um desequilíbrio hídrico sem precedentes fora dos estados do semiárido.
A situação é crítica, com impactos prolongados e difíceis de reverter. A seca prolongada está afetando todo o país, exceto o Rio Grande do Sul, que sofreu com chuvas históricas e um dos piores desastres climáticos do Brasil. Especialistas alertam que ciclos de chuva acima da média são necessários para melhorar a situação, mas tais condições não são previstas para o próximo ciclo.