Nesta quarta-feira (28), a Comissão de Direitos Humanos do Senado e a Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados realizaram uma audiência pública para discutir a falta de dados específicos sobre a população lésbica e suas implicações para a criação de políticas públicas. A data foi escolhida em razão do Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, comemorado no dia seguinte. O evento contou com a presença de militantes, pesquisadoras e especialistas, e destacou a necessidade urgente de combater a lesbofobia e promover o respeito aos direitos das mulheres lésbicas.
Durante a audiência, foram apresentados dados da primeira fase do LesboCenso Nacional, pesquisa conduzida pela Liga Brasileira de Lésbicas e pela Coturno de Vênus. Os dados revelaram que 78,61% das participantes sofreram lesbofobia e que uma parcela significativa delas enfrenta violência, incluindo assédio moral e sexual. Além disso, muitas mulheres relatam constrangimento em atendimentos de saúde devido à sua orientação sexual. A falta de dados oficiais sobre essa população é considerada um obstáculo para a formulação de políticas eficazes, sendo descrita por alguns como uma forma de necropolítica.
Representantes do Ministério das Mulheres e do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ pediram mais recursos e emendas orçamentárias para enfrentar a falta de políticas públicas voltadas para lésbicas. A audiência também destacou o trabalho das ativistas e acadêmicas que realizam pesquisas essenciais na ausência de dados oficiais. Deputadas, incluindo Carla Ayres e Daiana Santos, expressaram orgulho pela presença de vozes lésbicas na política e enfatizaram a importância de continuar promovendo visibilidade e direitos para essa comunidade.