Nicolás Maduro antecipou o Natal para 1º de outubro na Venezuela, uma medida que vai além da simples curiosidade e é vista como um estratagema político. De acordo com o pesquisador de Harvard, Vitelio Brustolin, a antecipação é uma tentativa de desviar a atenção pública das recentes ações repressivas do governo, incluindo a prisão do oposicionista Edmundo González. Brustolin considera a medida um exemplo de diversionismo para encobrir fraudes eleitorais e a repressão a opositores.
A decisão de Maduro foi anunciada durante um programa de auditório que ele próprio apresenta, e foi justificada pelo presidente como uma forma de trazer “paz, felicidade e segurança” à população. Maduro já havia adotado práticas semelhantes em anos anteriores, antecipando o Natal para 15 de outubro em 2020 e para 1º de novembro em 2013, sempre com o objetivo de criar uma imagem de benevolência e solidariedade durante momentos críticos.
A antecipação deste ano ocorre em um contexto de crescente crise política e econômica na Venezuela, onde o planejamento do comércio e outras questões práticas são desconsiderados. A medida reflete o oportunismo político do governo e a necessidade de manter a atenção pública desviada dos problemas mais graves enfrentados pelo país.