De olho nos estados, a maioria dos partidos que foram derrotados no primeiro turno da eleição presidencial decidiu se manter neutro quanto à disputa do segundo turno. Seis legendas liberaram os militantes para apoiar qualquer uma das duas opções: Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT). Representantes de três siglas decidiram ficar do lado de Haddad, enquanto até agora apenas um declarou apoio unânime a Bolsonaro.
Até o momento, PP, Patriota, DC, PRB e PSDB anunciaram-se neutros na disputa presidencial do dia 28 de outubro. Apesar de declarar posição de neutralidade com relação aos dois candidatos, o partido Novo informou nesta terça-feira (9) que os integrantes da sigla são absolutamente contrários ao PT. Após reunião ocorrida em Brasília, o PSB manifestou apoio à candidatura petista, enquanto os presidenciáveis do PSOL e do PPL anteciparam que as legendas também se somarão ao petista.
O presidente do PTB, Roberto Jefferson, anunciou apoio ao candidato do PSL, também depois de reunir a executiva nacional do partido.
Diferenças regionais
O ponto que tem sido central para a definição dos correligionários são as diferenças regionais. Siglas que ainda têm chance de emplacar governadores no segundo turno optaram por não declarar apoio no pleito presidencial sob o risco de ampliarem suas divisões internas.
É o caso do PSDB, presidido por Geraldo Alckmin, quarto colocado no primeiro turno. O encontro da legenda ocorreu em clima tenso e ainda sob efeito do desempenho dos tucanos nas urnas, menor do que em anos anteriores. Apesar de quadros como o ex-prefeito de São Paulo João Doria defender abertamente o apoio a Bolsonaro, há nomes que preferem se manter isentos por discordarem das visões do candidato. O partido ainda enfrentará seis disputas estaduais e, segundo Alckmin, o protagonismo agora tem que ser dos candidatos.
Sigla da candidata ao cargo de vice na chapa do tucano, senadora Ana Amélia, o PP também não escolheu nenhum dos lados (LINK). Antes da reunião da executiva nacional do PPS, o presidente da sigla, Roberto Freire, antecipou que o partido ficará neutro na disputa. Essa é a mesma posição das legendas dos presidenciáveis Cabo Daciolo (Patriota) e José Maria Eymael (DC).
Apoio
Após uma reunião encerrada no fim da noite de hoje, o Podemos não chegou a uma conclusão sobre o assunto. No entanto, o candidato à Presidência Álvaro Dias, com 860 mil votos (0,8% dos votos válidos), já se posicionou. Não imaginem a hipótese de eu apoiar o PT no segundo turno desta eleição. Essa hipótese não existe, é surreal porque eu valorizo a coerência, a verdade, a coragem, disse, fazendo críticas às gestões petistas que, segundo ele, assaltaram o Brasil.
Informalmente, outras lideranças políticos já sinalizaram como atuarão nesta reta final. O comando do PDT, de Ciro Gomes, que ficou em terceiro lugar, indicou que deve assumir um “apoio crítico” à candidatura de Haddad. No domingo, o ex-governador do Ceará já havia feito críticas a Bolsonaro.
João Goulart Filho, do PPL, foi outro que se antecipou ao anúncio formal da legenda e disse que apoiará Fernando Haddad para evitar o risco de uma nova ditadura. Essa é a mesma opinião dos correligionários de Guilherme Boulos, do PSOL, que declararam apoio incondicional ao petista.
Outros partidos terão encontros nos próximos dias para deliberar sobre o apoio. É o caso da Rede de Marina Silva, do DEM, PR, Solidariedade, PSD, PV e MDB.
Edição: Fábio Massalli – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 69864