Justo quando Pantera Negra arrecadou mais de 700 milhões de dólares em bilheteria, um estudo da universidade UCLA insiste na dura realidade: as mulheres e as minorias estão notavelmente sub-representadas em Hollywood.
O informe Cinco anos de progresso e oportunidades perdidas, publicado nesta terça-feira (27), indicou que tanto no cinema como na televisão, as mulheres e as minorias permaneciam notavelmente sub-representadas em todos os âmbitos em 2016.
Informes demonstraram repetidamente que os filmes e séries de televisão com elencos adaptados à diversidade dos Estados Unidos tendem a registrar as maiores bilheterias e avaliações.
Pantera Negra é uma prova disso: 403,6 milhões de dólares em apenas 10 dias nos Estados Unidos e Canadá e mais de 700 milhões no mundo, ainda sem ter estreado em países como China ou Japão, dois dos maiores mercados.
O filme pôs fim a um velho mito de que produções com atores negros não vendiam bem no exterior.
O mesmo aconteceu com Mulher Maravilha com as mulheres, de modo que os estúdios entendem que podem ganhar grandes quantidades de dinheiro apostando em projetos não desenhados apenas para homens brancos.
A crescente audiência diversa dos Estados Unidos demanda ao cinema e à televisão conteúdo com personagens cujas experiências se pareçam com às deles, que se pareçam com eles, com os que possam se relacionar, diz o estudo.
Ainda há um longo caminho pela frente antes de que as mulheres ou as pessoas negras consigam representação proporcional entre os atores de televisão e cinema, mas ao menos a tendência aponta na direção correta.
O estudo, dirigido por Darnell Hunt do Centro Ralph J. Bunche Center para estudos afro-americanos da UCLA, destaca que a mesma diversidade escassa se aplica atrás das câmeras, entre diretores, produtores, etc.
Segundo o estudo, as minorias – negros, latinos, asiáticos – continuam pouco representadas em papéis principais de cinema (13,9%) ou televisão (18,7%), direção de filmes (12,6%) e roteiro (8,1%).
As mulheres também: 6,9% dirigiram filmes e 31,2% tiveram papéis principais no cinema e 35,7% na TV.
O estudo se baseou na análise de 200 filmes de 2016 e 1.251 programas na TV aberta, a cabo e serviços de streaming.
Em 2016, filmes com elencos negros tiveram sucesso, como Moonlight: Sob a Luz do Luar, vencedor do Oscar de melhor filme, e os indicados Um Limite Entre Nós e Estrelas Além do Tempo.
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