A Nasa lançou nesta quarta-feira (18) um satélite caçador de planetas de 337 milhões de dólares para escanear o espaço em busca de sinais de planetas similares à Terra, capazes de abrigar vida além do nosso sistema solar.
Três, dois um, decolagem!, disse um comentarista da agência espacial americana às 18H51 locais (19H51 de Brasília), enviando ao espaço o Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) a bordo de um foguete SpaceX Falcon 9, lançado de Cabo Cavañeral, Flórida.
A nave, do tamanho de uma máquina de lavar, foi projetada para buscar sinais de atenuação periódica da luz nas estrelas mais próximas e mais brilhantes. Estes sinais, conhecidos como trânsitos, podem significar a existência de planetas em órbita ao redor delas.
Espera-se que TESS revele 20 mil exoplanetas, entre os quais poderia haver 50 planetas do tamanho da Terra e até 500 planetas com menos que o dobro do tamanho da Terra, informou a Nasa.
Suas descobertas serão estudadas em profundidade pelos telescópios terrestres e espaciais em busca de sinais de habitabilidade, como terrenos rochosos, tamanhos similares aos da Terra e uma distância do sol que permita uma temperatura compatível com a água em estado líquido.
As histórias destes planetas continuarão seu curso após a sua detecção, destacou nesta quarta-feira Martin Still, cientista do programa TESS, que vai explorar muito mais espaço cósmico que seu antecessor, o Telescópio Espacial Kepler, lançado em 2009.
– Visão multiplicada no espaço –
Foi incrível. Foi tão emocionante, contou Natalia Guerrero, pesquisadora do programa TESS no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em entrevista à Nasa TV após o lançamento.
Guerrero faz parte da equipe que fabricou as câmeras que servem de olhos para o satélite. As quatro câmeras do TESS são pequenas, mas potentes, informou.
As lentes medem apenas 10 centímetros (…) mas são muito potentes. Uma constelação inteira, como a Orion, poderia caber no campo visual destas câmeras, explicou a cientista.
Embora tanto TESS quanto Kepler usem o mesmo sistema de detecção de trânsitos de planetas ou de sombras projetadas por estes quando passam diante de sua estrela, o TESS vigiará mais terreno cósmico do que seu antecessor.
O novo satélite se concentrará nos exoplanetas mais próximos, distantes de 30 a 300 anos-luz.
Uma das coisas mais incríveis que Kepler nos contou é que há planetas em todas as partes e que existem todo tipo de planetas aí fora, disse Patricia Padi Boyd, diretora do programa de pesquisadores visitantes no Centro Goddard Spaceflight da Nasa.
TESS é, assim, o passo seguinte. Se há planetas em todas as partes, é hora de encontrar os que estão mais perto da Terra, orbitando estrelas brilhantes mais próximas, porque estes serão os sistemas de referência.
O telescópio espacial Hubble e seu sucessor, o telescópio espacial James Webb, com lançamento previsto para 2020, devem ser capazes de obter mais informações sobre a massa dos planetas, sua densidade e composição da atmosfera, chaves para determinar sua habitabilidade.
O primeiro lançamento do TESS foi cancelado na segunda-feira para checagem dos sistemas de navegação do foguete Falcon 9, que o leva a bordo, e nesta quarta-feira foi lançado sem problemas.
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