O presidente americano, Donald Trump, prorrogará a suspensão das sanções econômicas contra o Irã no âmbito do acordo nuclear, mas pela última vez – anunciou a Casa Branca nesta sexta-feira (12).
Nos próximos 120 dias, quando deverá renovar novamente a retirada das sanções, o presidente tentará trabalhar com nossos sócios europeus em um acordo que possa endurecer as condições do acordo alcançado em 2015 entre Teerã e as grandes potências, declarou à imprensa um funcionário de alto escalão do governo.
Quando anunciou o adiamento da decisão, o Tesouro americano também impôs sanções a 14 pessoas e empresas iranianas, incluindo o ministro da Justiça, Sadegh Amoli Larijani.
Em seu pronunciamento, o presidente vai deixar claro que é a última vez que ele vai fazer esse adiamento, disse o oficial da Casa Branca.
O funcionário indicou que Trump agora quer trabalhar com os aliados europeus dos Estados Unidos – que pediram para ele se manter no acordo – para desenvolver um novo tratado que substitua o atual.
Teerã não se envolveria nessas discussões, como aconteceu no acordo de 2015, mas seria alvo de sanções americanas e europeias, se não cumprisse os termos do novo arranjo.
Ele seria voltado para o programa de mísseis do Irã, e não apenas para a indústria nuclear, exigindo inspeções da ONU no país.
Se o presidente conseguir um acordo que alcance seu objetivo e ele nunca expirar, ele vai tirar do Irã qualquer caminho para armas nucleares para sempre, não por dez anos. Ele estaria aberto a ficar em um acordo modificado assim, disse o funcionário.
Nesta sexta, Trump pediu aos países europeus que ajudem a superar as falhas desastrosas do acordo nuclear internacional com o Irã. Ele ameaçou se retirar do pacto, se essa demanda não for atendida.
Ainda não retirei os Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã, apontou o presidente, em um comunicado.
Em troca, delineei alguns caminhos: ou se corrigem essas falhas desastrosas, ou os Estados Unidos vão se retirar, prometeu.
Entre suas exigências, Trump insiste em que o Irã aceite as visitas de inspetores internacionais a suas instalações nucleares, e que o Congresso estabeleça por lei que o programa nuclear iraniano não pode ser dissociado de seu programa de mísseis.
Trump insiste em que o governo de seu antecessor, Barack Obama, fez concessões excessivas ao cancelar sanções sobre o Irã sem que o país suspendesse seu programa de mísseis e o apoio a grupos armados na região.
A União Europeia, que supervisiona o cumprimento do acordo, disse que manterá consultas internas e destacou que está comprometida em manter a completa e efetiva implementação do tratado.
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, disse nesta sexta-feira que os últimos ataques de Trump ao acordo nuclear são um esforço desesperado para sabotar um pacto que não pode ser renegociado.
A política de Trump e o anúncio de hoje [de que poderá romper o acordo] equivalem a uma tentativa desesperada para sabotar um sólido acordo multilateral, tuitou Zarif.
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