A Venezuela fechou 2017 com uma inflação de 2.616% e uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 15%, segundo cálculos de uma comissão especializada do Parlamento, de maioria opositora.
O índice de inflação para dezembro (passado) foi de 85%, com uma inflação acumulada em 2017 de 2.616%, indicou à imprensa nesta segunda-feira o deputado opositor Rafael Guzmán.
A Venezuela ainda teve uma queda do PIB de 15% no ano passado, afirmou o legislador, membro da Comissão de Finanças do Parlamento, que divulga indicadores econômicos – já que o Banco Central não os publica há dois anos.
A indústria petroleira – responsável por 96% da receita do país – produz 1,9 milhão de barris diários, segundo a última cifra oficial divulgada. A redução da produção foi de mais de 400 mil barris diários no ano passado, segundo o Parlamento.
O governo, que não reconhece o Parlamento, culpa o colapso dos preços do petróleo e uma guerra econômica de empresários de direita pela grave crise.
Em 2017, Maduro anunciou seis aumentos salariais, o último, em 31 de dezembro, que definiu o salário mínimo integral (salário mais bônus alimentar) em 797.510 bolívares (238 dólares na taxa oficial e seis dólares no mercado negro).
Não há aumento salarial que possa combater esta situação, disse Guzmán, observando que a Venezuela é o único país do mundo com hiperinflação.
O deputado José Guerra, presidente do Comitê de Finanças, disse que para interromper a hiperinflação é preciso desmantelar o sistema de controle cambial vigente há 15 anos, no qual o governo monopoliza as moedas.
Diante da falta de dólares, muitos empresários recorrem ao mercado negro para operar seus negócios, disparando os os preços de bens e serviços.
De acordo com Guerra, o Banco Central deve parar a impressão de dinheiro inorgânico, e o governo precisa refinanciar a dívida externa, estimada em cerca de 150 bilhões de dólares.
Estamos falando de uma inflação que pode passar de 10.000% se o Banco Central continuar financiando o governo, afirmou Guerra.
Segundo o FMI, a inflação da Venezuela vai chegar a 2.350% em 2018. O organismo estimou uma queda do PIB de 12% em 2017 e de 6% para o próximo ano.
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