O comparecimento eleitoral nas eleições legislativas de Portugal registrou um aumento significativo em relação ao pleito anterior, com cerca de 25,2% dos eleitores já tendo votado até o meio-dia, segundo dados do Ministério da Administração Interna do país. Os eleitores, que representam 10,8 milhões de pessoas aptas a votar, estão escolhendo entre 230 deputados da Assembleia da República. Este aumento no comparecimento sugere um interesse renovado dos cidadãos portugueses no processo político, em meio a uma atmosfera de crise política e incerteza.
As eleições ocorrem em um momento de turbulência política para Portugal, com o primeiro-ministro socialista António Costa renunciando quatro meses atrás em meio a alegações de corrupção. Este pleito antecipado coloca em confronto os principais partidos que historicamente dominaram o cenário político português desde o fim da ditadura fascista há cinco décadas: o Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrata (PSD). No entanto, a ascensão do partido de extrema-direita Chega adiciona uma camada adicional de complexidade, potencialmente influenciando as negociações pós-eleitorais e o futuro político do país.
As questões centrais da campanha refletem as preocupações dos eleitores portugueses, abordando temas como a crise habitacional, os baixos salários, a precariedade do sistema de saúde e a percepção de corrupção endêmica nos principais partidos políticos. Os eleitores se veem diante da escolha entre manter um governo de centro-esquerda ou mudar para uma coalizão de centro-direita, enquanto a presença crescente do partido de extrema-direita adiciona um elemento de incerteza ao cenário político português.