As enchentes recentes no Rio Grande do Sul resultaram em um aumento alarmante no número de mortes, com 136 vítimas fatais e mais de 100 desaparecidos até o momento. Este valor já ultrapassa o total de mortes registradas em 30 anos no estado, considerando todos os desastres naturais. Dados do Atlas Digital de Desastres do Brasil revelam que as atuais chuvas causaram mais mortes do que ocorreram entre 1991 e 2022, representando um aumento de 34,8%. O site, mantido pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, abrange diversos tipos de desastres, não se limitando apenas às chuvas.
O número de desabrigados e desalojados também atingiu níveis preocupantes, com aproximadamente 339,9 mil pessoas fora de casa devido às chuvas intensas das últimas semanas, mais que o triplo do registrado nos últimos sete anos. Essa situação contrasta com o maior número de desalojados registrado na série histórica, que foi em 2015, com 153 mil pessoas afetadas. Os desastres catalogados no Atlas incluem uma variedade de eventos, como alagamentos, incêndios florestais, tornados e ondas de frio, refletindo a diversidade e gravidade das ocorrências na região.
Além disso, as mortes causadas pelas enchentes atuais no Rio Grande do Sul seguem um padrão preocupante, com 75 pessoas perdendo a vida em três grandes enchentes no ano de 2023. Esses eventos climáticos extremos, que já haviam sido prenunciados, evidenciam a crescente relação entre desastres naturais, mudanças climáticas e fenômenos como o El Niño. Os dados ressaltam a urgência de medidas eficazes de prevenção e resposta a desastres, diante do cenário de aumento da frequência e intensidade desses eventos na região.